Esta manhã foi profícua em novidades relacionadas com patrocinadores das equipas de ciclismo. O grupo Sky anunciou que sairá do ciclismo no final de 2019, acabando assim a sua colaboração com a Team Sky e com a British Cycling.
A Team Sky saltou para a estrada em 2010, depois de já ter colaborado com a British Cycling em anos anteriores. Com o grande objectivo de ganhar o Tour com um ciclista britânico, logrou esse feito em 2012, com Bradley Wiggins, e desde então só perdeu o Tour por 1 vez, com Chris Froome a festejar em 2013, 2015, 2015 e 2017 e Geraint Thomas a arrecadar o troféu em 2018. Com um total de 322 vitórias desde que o projecto está na estrada, tem sido das equipas mais vitoriosas, mas também aquela que tem o maior orçamento.
O principal patrocinador, o grupo Sky, vai agora sair, e é importante perceber porquê. Não nos parece que tenha sido pelos resultados, que têm sido extraordinários, e também não terá sido pelas polémicas em que a equipa está envolvida. Desde o final de 2017 que há mudanças no grupo Sky, a Disney comprou parte da 21st Century Fox, de Rupert Murdoch, incluindo uma grande participação na Sky. Rupert Murdoch ficou praticamente afastado quando a Comcast entrou em acção e passou a ser o maior accionista. Um dos principais impulsionadores do projecto da Team Sky foi precisamente o filho de Rupert Murdoch, James Murdoch, que está agora praticamente afastado da estrutura da Sky. Com um orçamento de 30 a 40 milhões por ano, a Sky toma agora outras opções em termos financeiros.
Não há garantias de nada, a equipa pode fechar portas no final de 2019, mas também pode entretanto encontrar um novo patrocinador, que, diz a equipa, “terá de ser o parceiro certo, que partilhe a nossa linha ética e os nossos valores”. Dave Brailsford estabeleceu uma “data limite” para encontrar esse novo patrocinador, o final de Junho, data de início da Volta a França. Uma coisa é certa, encontrar um patrocinador que invista tanto no ciclista como a Sky é quase impossível, ou seja, mesmo que a equipa sobreviva para lá de 2019, é muito provável uma redução de orçamento e de poderio na estrutura da Team Sky.
De recordar que ainda recentemente várias renovações de contrato foram anunciadas, de longa duração. Geraint Thomas prolongou o seu vínculo até 2021, e Egan Bernal tem mesmo contrato até 2023, que pode ficar sem efeito. Veremos também qual o desfecho do caso de Ivan Sosa, o colombiano já tinha assinado com a Team Sky e tem tudo fechado com a equipa britânica, mas este anúncio pode provocar novo volte-face. A imprensa britânica refere que Dave Brailsford só foi informado há cerca de 1 semana e que os ciclistas só esta noite tiveram conhecimento desta situação.