Há mais uma estrela belga em ascensão: Thibau Nys. Provavelmente para quem segue ciclismo há mais tempo o apelido Nys não é estranho, até porque Thibau Nys é filho de Sven Nys, um dos melhores ciclistas de ciclo-crosse de sempre. Ao contrário de Mathieu van der Poel ou Wout van Aert, Nys nunca fez realmente a transição para a estrada, ao contrário do seu filho.
Outro jovem talento com genes de ouro, que até começou por dar cartas no ténis, mas que acabou no ciclo-crosse, como o seu pai. Como junior “limpou” praticamente tudo o que havia para limpar nos caminhos tortuosos e na lama, praticamente imbatível. Este ano já competiu com os elites apesar de ter apenas 18 anos e sagrou-se vice-campeão nacional de estrada nos sub-23 há 3 semanas.
Falamos hoje de Thibau Nys porque o belga de 18 anos acabou de se sagrar campeão europeu de estrada na categoria sub-23, batendo ao sprint os também conceituados Filippo Baroncini e Juan Ayuso (que já está a correr na UAE Team Emirates). A corrida começou relativamente calma, a Espanha controlou as primeiras voltas e não deixou que nenhum grupo ganhasse vantagem. Com a maioria das selecções a ter apenas 6 elementos, Ayuso ficou só com Raul Garcia Pierna para as últimas voltas.
O pelotão reduziu substancialmente a 3 voltas do final, foi nessa altura que Pedro Andrade e Carlos Salgueiro perderam o contacto, Fábio Fernandes tinha ficado na volta anterior. Para Portugal ficou apenas Pedro Lopes na frente, num grupo de 40 unidades. O suíço Balmer foi o primeiro a quebrar o marasmo dos jogos tácticos, perseguido pelos italianos.
A aceleração transalpina levou a uma ofensiva de Zambanini, seguido por Bayer e pelo belga van Eetvelt. Eetvelt deixou os restantes para trás e começou a descida sozinho, com Pedro Miguel Lopes e Balmer a fazerem a ponte na descida para Bayer e Zambanini. A Noruega trabalhou no pelotão e controlou os danos, a Itália e a Espanha forçaram na última passagem pela subida e o grupo do português foi apanhado a meio da ascensão. Finalmente Juan Ayuso atacou, com resposta e contra-ataque de Filippo Zana.
No final da subida ficaram na frente Fetter, Zana, Baroncini, van Eetvelt, Bys, Barré e Ayuso, com cerca de 10 segundos para um grupo de 20 elementos onde Alemanha e Holanda trabalhavam e onde vinha Pedro Lopes. Zana atacou dentro dos 2 kms finais, Barré seguiu o italiano e van Eetvelt fechou o espaço para Nys. No final Fetter lançou o sprint cedo demais e Nys aproveitou para vencer de forma relativamente fácil, diante de Baroncini e Ayuso.
Pedro Miguel Lopes concluiu a prova em 25º, Carlos Salgueiro e Pedro Andrade chegaram a 6 minutos, sendo 58º e 65º, respectivamente, Fábio Fernandes não acabou a corrida.