Apesar de todos os constrangimentos relacionados com a pandemia, o percurso apresentado pela A.S.O em Outubro não se alterou substancialmente. Vamos, portanto, ter uma Volta a França como há muito não se via, uma autêntica festa para quem gosta de montanha e o pesadelo dos sprinters, o que de certo modo abre o concurso à camisola verde.



A grande partida é em Nice, é muito provável que seja um sprinter a vestir a camisola amarela, Arnaud Demare seria um dos candidatos se tivesse sido escolhido pela Groupama-FDJ … As primeiras montanhas a sério aparecem logo na 2ª etapa, nos arredores de Nice, com o Turini e o Col d’Eze. Atenção que já existe alguma polémica em relação ao Turini, a descida está em mau estado e ainda pode haver alterações.

A primeira chegada em alto é logo à 4ª jornada, numa subida que não é ultrapassada há mais de 30 anos. Falamos de Orcieres-Merletee, 7,1 kms a 6,7% de média, em 1971 Luis Ocaña fez uma grande exibição e derrotou Eddy Merckx. Depois de uma etapa para os roladores com chegada a Gap temos um dia de estreias, o Col de la Lusette (11,7 kms a 7,3%) e o Mont Aigoual (8 kms a 4,3%). No entanto são quase 35 kms a subir.

A 7ª etapa volta a ser para os sprinters, outra rara oportunidade já que a montanha está de volta na 8ª tirada, uma sequência com o Col de Menté, o Port de Balès (11,7 km a 7,7%) e o Col de Peyresourd (9,7 kms a 7,8%) e, que fica a cerca de 10 kms da meta. Segue-se a ligação entre Pau e Laruns, num perfil que parece ser perfeito para uma escapada, o Col de la Hourcere et du Soudet está ainda muito longe da meta e o Col de Marie Blanque fica a 19 kms.



Com tanta montanha não ficaríamos admirados que a 10ª etapa, em secções muito expostas, fizesse mais diferenças que muitas chegadas em alto. Os sprinters devem reinar supremos em Poitiers antes da média montanha entre Chauvigny e Sarran, a etapa mais longa desta edição, com 218 kms. O interregno de montanhas acaba ao 13º dia, o Col de Neronne e o Pas de Peyrol estão nos últimos 20 kms, uma chegada em alto com pendentes terríveis, os últimos 2,5 kms a 11,5%.

A etapa 14 chega a Lyon com um final muito complexo, 3 pequenas subidas nos últimos 15 kms. A partir daí oss sprinters só podem brilhar nas etapas 19 e 21, na tradicional chegada a Paris. Resta saber que sprinters resistiram a tanta dureza, se não fugirem do Tour a sete pés mesmo antes dele começar. E o único contra-relógio está na penúltima etapa, 28 kms planos antes da subida à Planche des Belles Filles. Entre as jornadas 15 e 18 há então 4 incursões à alta montanha.



Na etapa 15 temos a chegada ao Grand Colombier, com 17,4 kms a 7,1%, no dia seguinte com final em Villard de Lans há uma ascensão duríssima a 20 kms da meta e na tirada 17 surge a etapa rainha. Passagem aos 2000 metros pelo Col de la Madeleine (17,1 kms a 8,4%) e final no Col de la Loze (21,5 kms a 7,8%), com os últimos 5 kms sempre acima dos 9%. Por fim, na etapa 18 são 4 as contagens de montanha, incluindo o Cormet de Roseland. Não há chegada em alto, mas há um perfil ofensivo que pode favorecer quem ataca de longe. A luta final pela geral será feita em La Planche des Belles Filles, com uma crono-escalada.

 

Percurso etapa a etapa:

1ª etapa, Sábado 29 de Agosto: Nice – Nice, 170 kms. Colinas

2ª etapa, Domingo 30 de Agosto: Nice – Nice, 190 kms. Montanha

3ª etapa, Segunda 31 de Agosto: Nice – Sisteron, 198 kms. Plana

4ª etapa, Terça 1 de Setembro: Sisteron – Orcières-Merlette, 157 km. Montanha

5ª etapa, Quarta 2 de Setembro: Gap – Privas, 183 km. Plana

6ª etapa, Quinta 3 de Setembro: Le Teil – Mont Aigoual, 191 km. Montanha

7ª etapa, Sexta 4 de Setembro: Millau – Lavaur, 168 km. Plana

8ª etapa, Sábado 5 de Setembro: Cazères – Loudenvielle, 140 km. Montanha

9ª etapa, Domingo 6 de Setembro: Pau – Laruns, 154 km. Montanha

Descanso, Segunda 7 de Setembro. La Charente-Maritime

10ª etapa, Terça 8 de Setembro: Ile d’Oléron – Ile de Ré, 170 km. Plana

11ª etapa, Quarta 9 de Setembro: Châtelaillon-Plage – Poitiers, 167 km. Plana

12ª etapa, Quinta 10 de Setembro: Chauvigny – Sarran, 218 km. Colinas

13ª etapa, Sexta 11 de Setembro: Chatel Guyon – Puy Mary, 191 km. Montanha

14ª etapa, Sábado 12 de Setembro: Clermont-Ferrand – Lyon, 197 km. Colinas

15ª etapa, Domingo 13 de Setembro: Lyon Grand Colombier, 175 km. Montanha

Descanso, Segunda 14 de Setembro. Isère

16ª etapa, Terça 15 de Setembro: La Tour du Pin – Villard de Lans, 164 km. Montanha

17ª etapa, Quarta 16 de Setembro: Grenoble – Méribel (Col de la Loze), 168 km. Montanha

18ª etapa, Quinta 17 de Setembro: Moutiers – La Roche sur Foron, 168 km. Montanha

19ª etapa, Sexta 18 de Setembro: Bourg en Bresse – Champagnole, 160 km. Plana

20ª etapa, Sábado 19 de Setembro: Lure – La Planche des Belles Filles, 36 km. Contra-relógio Individual

21ª etapa, domingo 20 de Setembro: Versailles – Paris, 122 km. Plana



 

Resumo deste Tour 2020:

1 CRI (36 kms, mas com chegada em alto)

10 etapas de alta montanha (5 chegadas em alto)

3 etapas de média montanha

7 etapas “planas” (dificilmente os sprinters conseguirão discutir todas)

1 etapa acima dos 200 kms

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