Depois de João Almeida, a UAE Team Emirates continua bastante activa no mercado e assegurou mais um ciclista muito importante, ainda relativamente jovem e com alguma margem de progressão.
A saída de Pascal Ackermann da Bora-Hansgrohe era certa, ainda para mais com o regresso de Sam Bennett, restava saber o destino do poderoso sprinter alemão. Tal como os rumores de mercado apontavam, Ackermann irá representar a UAE Team Emirates, num contrato válido por 2 temporadas, até final de 2023.
Pascal Ackermann teve até aqui uma carreira muito sustentada, foi dando nas vistas como sub-23 e deslumbrou em 2016 ao serviço de uma equipa Continental, sendo também vice campeão mundial sub-23 em Doha. Na altura a Bora-Hansgrohe estava a apostar muito em ciclistas alemães e via o jovem germânico como um possível futuro grande sprinter. Passou para o World Tour em 2017, mas foi em 2018 que começou a afirmar-se. Finalmente surgiu a 1ª vitória World Tour no Tour de Romandie e mais 4 se seguiram em rápida sucessão. A confiança estava em alta.
2019 e 2020 foram temporadas de muito sucesso, onde Ackermann se afirmou como um dos melhores sprinters do Mundo, em 2019 festejou por 13 vezes, incluindo 2 etapas no Giro, em 2020 venceu por 8 ocasiões, 2 delas na Vuelta. 2021 estava a ser bem mais complicado, alguns pódios, mas nada de vitórias até Junho, confiança em baixo apesar do alemão dizer que a forma era boa. O resultado foi a frustração de ver a equipa deixá-lo fora do Tour e essa frustração transformou-se em motivação com 5 vitórias em 15 dias entre o Sibiu Tour e a Settimana Ciclista Italiana.
Resta saber agora como é que a formação que venceu o Tour nos últimos 2 anos irá construir um bloco em redor de Pascal Ackermann, sendo que neste momento tem Matteo Trentin, Juan Molano e Ryan Gibbons para fazer esse papel, sendo a continuidade de Fernando Gaviria ainda uma incógnita. Se o colombiano ficar a liderança de Ackermann nos sprints não será indiscutível, e mesmo se Gaviria sair Ackermann estará sempre dependente das opções estratégicas da equipa para as Grandes Voltas (estar somente focada em Pogacar ou também levar 1 sprinter), lembrando que Ackermann saiu da Bora porque em grande parte tinha os caminhos do Tour tapados.