Campeonatos do Mundo de 2016, Bjerg à esquerda, McNulty ao meio

Não tem sido uma temporada nada fácil para a UAE Team Emirates, agora chefiada por Joxean “Matxin” Fernandez. Depois de um começo muito feliz e a pensar em voos mais altos, globalmente a época tem vindo de mais a menos. A contagem de vitórias tem sido muito irregular, 11 até Março e depois nenhuma em Abril, mais 10 entre Maio e Junho e outro mês sem triunfos em Julho, que ficou marcado por um Tour muito abaixo das expectativas.




As grandes estrelas não estão a render como se esperava, Alexander Kristoff longe do seu melhor nos momentos importantes, Fernando Gaviria muito atreito a lesões, Daniel Martin, Fabio Aru e Rui Costa ainda estão a zeros este ano. O mais vitorioso, com 5 triunfos e todos eles de muito nível é mesmo o super-talento Tadej Pogacar, vencedor da Volta a Califórnia. Ao que parece, e pensando até em 2021 e 2022 a UAE Team Emirates continua a reforçar-se com muitos jovens.

O primeiro a ser anunciado foi Brandon McNulty, norte-americano de 21 anos, 9º no Tour of Oman e vencedor no Giro di Sicilia. No ano passado e apenas aos 20 anos fez 7º na Volta a Califórnia, uma prova do World Tour, competindo pela Rally Cycling. Depois ainda lutou pela Volta a França do Futuro e fez top 10 nos Mundiais de contra-relógio para sub-23. McNulty é o protótipo do ciclista moderno, muito completo, é um bom especialista em contra-relógio e na montanha acompanha os melhores. Assinou até 2022, um contrato de longe duração que confirma a filosofia que já falámos.




Ontem foi oficializado Mikkel Bjerg, dinamarquês de 20 anos que está na Hagens Berman Axeon desde 2018. Bjerg é um puro especialista em contra-relógio, vice campeão mundial junior em 2016, campeão mundial sub-23 em 2017, aos 18 anos!!! Em 2018 revalidou esse título e apesar deste ano os resultados não terem aparecido o talento em bruto está lá. No entanto não deixa de ser uma transferência algo estranha, não estamos certos que a Emirates seja a equipa certa para o desenvolvimento de Bjerg. Dentro da estrutura não há contra-relogistas experientes, não há tradição nesta especialidade, não há compatriotas na equipa e por isso pode ser complicado o dinamarquês adaptar-se.

A eles junta-se o recente vencedor do Giro para ciclistas sub-23, o colombiano de 20 anos Camilo Ardila. A febre colombiana está em “full gas”, todas as principais ciclistas querem os trepadores provenientes da América do Sul, este “Baby Giro” foi uma demonstração de classe por parte dos trepadores “escarabajos”. A equipa tem grande fé em Ardila, garantindo-o até 2023, um total de 4 temporadas, veremos como corre a adaptação e a evolução de mais um grande talento colombiano.

A UAE Team Emirates procura preparar o futuro, para 2020 já têm assegurados 13 corredores com 25 anos ou menos, no entanto, uma equipa deste nível não se pode fazer só de juventude, é preciso dar tempo às promessas para se tornarem confirmações e consequentemente grandes líderes e depois é preciso gregários experientes à volta desses grandes líderes.



 

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