Desde 2012, quando subiu a profissional, Tom Dumoulin só esteve na Team Sunweb. Isso está prestes a mudar, o holandês e a equipa acordaram a sua saída, algo que já se vinha a falar por algum tempo, mas que não passava de um rumor já que Dumoulin tinha contrato por mais temporadas.




Qual foi o principal factor que fez Dumoulin tomar esta decisão? Foi uma época em que literalmente tudo correu mal onde foi forçado a abandonar o Giro após uma queda e consequente lesão no joelho e depois viria a verificar que a sua recuperação estava atrasada devido ao tratamento não ter sido o mais correcto, o que o fez falhar o Tour. “Depois da desilusão de falhar o Tour comecei a reflectir se um novo ambiente podia ser benéfico. Foi por isso que decidi focar-me no interesse de algumas equipas, interesse que já havia em outros anos e que sempre recusei. Houve grandes ofertas e nesta fase da minha carreira sinto que é a altura certa para o fazer”, disse Dumoulin no comunicado da equipa.

A ligação entre Tom Dumoulin e a Team Sunweb é muito forte, são 8 anos na mesma equipa e juntos alcançaram os maiores sucessos da carreira. Dumoulin desenvolveu-se lentamente como corredor de 3 semanas, desde 2014 que está entre os melhores do Mundo de contra-relógio, mas foi na Vuelta 2016 que se mostrou ao Mundo como ciclista para a geral. E no Giro 2017 confirmou todo esse potencial, levando a cabo um triunfo épico, quase sem equipa na montanha e numa prova repleta de contratempos. Em 2018 esteve no pódio no Giro e no Tour, outro sinal de consistência ao mais alto nível.




“Dói muito sair. O meu coração está aqui e provei com a Sunweb que ganhar uma Grande Volta é possível e não tenho dúvidas que ganhar outra prova de 3 semanas aqui seria possível. Quero enfatizar que sem eles nunca chegaria onde estou hoje, estarei sempre grato pelas oportunidades que tive e pela oportunidade que a equipa me está a dar agora.” Também o manager Iwan Spekenbrink agradeceu tudo o que Dumoulin fez pela equipa e pela sua honestidade acerca da situação.

O destino de Tom Dumoulin é quase certo: a Jumbo-Visma. Uma equipa holandesa, com uma forte base desse país e que está a preparar há alguns anos um forte ataque às Grandes Voltas. Pódio no Giro com Primoz Roglic, pódio no Tour com Steven Kruijswijk, vai juntar o pelotão de ataque agora para a Vuelta, onde também estará George Bennett. Agora é pensar numa equipa destas ainda com Tom Dumoulin a juntar-se a este trio de líderes. E há vários talentos que podem ser brilhantes gregários na montanha: Sepp Kuss, Laurens de Plus, Antwan Tolhoek, Jonas Vingegaard, Neilson Powless, e o experiente Robert Gesink. Aparentemente aqui Dumoulin terá a equipa forte na montanha com que sempre sonhou, resta saber como é que os responsáveis da equipa holandesa vão encaixar todas estas estrelas na planificação da temporada.

Editado às 10h: A Jumbo-Visma já fez o anúncio da contratação de Tom Dumoulin.

Não esquecendo que ainda há noutras áreas Wout van Aert e Dylan Groenewegen, que terão os seus objectivos nas Grandes Voltas. E é por isso mesmo que se fala que Primoz Roglic pode estar de saída, para onde não se sabe. Mesmo que não saia já este ano pode sair para o próximo, já que o acordo que tem com a Jumbo-Visma até 2023 é somente verbal.



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