Depois de ser um dos melhores sub-23 do Mundo em 2018 ao ser 2º no Baby Giro, 7º na Volta a França do Futuro e vencedor da Liege-Bastogne-Liege, João Almeida optou por continuar o seu crescimento na Axeon em 2019, esperando o momento certo para subir ao World Tour, um destino que parecia certo.
Quase não competiu no escalão sub-23, foi campeão nacional de contra-relógio e estrada antes de terminar em 4º o Tour of Utah, esta rodagem viria a mostrar-se decisiva. Entrou na Deceuninck-Quick Step, uma das estruturas mais fortes e consolidadas do pelotão internacional, que o levou logo às provas australianas no início da época.
Chegou a Volta ao Algarve e João Almeida esteve sublime no apoio a Remco Evenepoel, sendo decisivo para a vitória do belga, pelo meio ainda terminou em 9º na geral. Veio a paragem competitiva forçada e logo no regresso foi 3º na Vuelta a Burgos, 7º no Tour de l’Ain, 2º no Giro dell’Emilia e 3º na Settimana Coppi e Bartali. Falou-se na ida à Vuelta, mas a queda de Remco Evenepoel no Giro di Lombardia “empurrou-o” para o Giro.
E foi aí que a grande história de João Almeida começou, logo em Palermo quando fez 2º no contra-relógio. No Etna conquistou a camisola rosa, que segurou de forma hercúlea até à 18ª etapa, com a passagem pelo Passo dello Stelvio. Seria de esperar que o ciclista português quebrasse, até porque tinha todo o desgaste físico e psicológico de segurar a camisola rosa durante tantos dias e perdê-la tão perto do final.
Mas João Almeida provou que é mesmo um ciclista especial e inclusivamente atacou na 20ª etapa com final em Sestriere, fazendo ainda um excelente contra-relógio final que lhe valeu o 4º posto da geral, apenas atrás de Hindley, Hart e Kelderman. Isto tudo com 22 anos feitos em 2020 e na sua estreia em Grandes Voltas, provando que tem uma excelente capacidade de recuperação.
Foi precisamente por causa destes resultados incríveis que os nossos leitores consideraram João Almeida como a revelação do ano, acumulando 317 dos 380 votos, vencendo por larga margem. As expectativas sobre João Almeida são muitas, mas é preciso dar espaço para o deixar crescer ainda mais e deixá-lo definir-se como ciclista, até porque em sub-23 ganhou grandes clássicas e logo no primeiro ano entre no World Tour destacou-se nas provas por etapas. Seja como for, com João Almeida e outros grandes talentos que estão a aparecer, o futuro do ciclismo português está garantido.