Segundo dia consecutivo na montanha e nos Pirineus e com um início tremendamente rápido, tal como ontem. Só que desta vez a fuga formou-se logo nos primeiros quilómetros, um grupo repleto de poderosos roladores, com Benoit Cosnefroy, Wout van Aert, Matteo Trentin, Jonas Gregaard, Tobias Johannessen, Bryan Coquard, Michal Kwiatkowski, James Shaw, Julian Alaphilippe, Nikias Arndt, Mathieu van der Poel, Gorka Izagirre, Krists Neilands, Chris Juul Jensen e Matis Louvel. Depois de alguns quilómetros de perseguição feroz ainda se conseguiram juntar Ruben Guerreiro, Neilson Powless, Oliver Naesen, Anthony Perez e Kasper Asgreen.

A Bora-Hansgrohe assumiu a perseguição, também em virtude de ter a camisola amarela e deixou este grupo a cerca de 3 minutos, sendo que no Aspin a Jumbo-Visma forçou um pouco o ritmo, ao mesmo tempo que Wout van Aert acelerava na fuga para tentar ser útil no futuro. Powless passou na frente no alto com Ruben Guerreiro a fazer 2º e a mostrar que talvez esteja interessado na classificação da montanha. Na descida a Jumbo-Visma abrandou, a fuga arriscou mais e entrou no Tourmalet com 4:20.

No Tourmalet a situação foi semelhante ao Aspin, Wout van Aert fez a subida toda a comandar a fuga e os seus companheiros de escapada foram caindo aos poucos, até que a 2 kms do alto apenas restavam Shaw, Kwiatkowski Guerreiro e Johannessen. No pelotão a Jumbo-Visma optou por esperar pela segunda metade da subida, aí o ritmo de Kelderman quebrou toda a gente menos Tadej Pogacar, e tal como ontem seguiram Kuss, Vingegaard e Pogacar. Hoje a resposta de Pogacar foi outra, não largou a roda de Vingegaard aquando do ataque de dinamarquês e o duo rapidamente ganhou quase 2 minutos para os perseguidores.




Ruben Guerreiro perdeu no sprint pelos pontos da categoria extra para Tobias Johannessen e assim que se chegou ao topo Wout van Aert esperou pelo seu líder, rebocando-o descida abaixo até ao grupo onde estava inserido. Quando a situação acalmou mais tínhamos Vingegaard, Pogacar, van Aert, Ruben Guerreiro, Shaw, Powless, Johannessen e Kwiatkowski na frente, com o grupo do camisola amarela a 2 minutos, liderado por Buchmann e Castroviejo, mais para trás estavam os 2 líderes da Lidl-Trek, Mattias Skjelmose e Giulio Ciccone. O “sprinter” da Jumbo-Visma continuou o seu incrível trabalho e no sopé da subida final a diferença cifrava-se em 2:50, ainda com o belga ao trabalho.

Tudo ficou em “águas de bacalhau” até aos 5 kms para a meta, Powless descolou, Shaw e Ruben Guerreiro foram a seguir e o final do trabalho de Wout van Aert originou o ataque de Jonas Vingegaard, novamente com resposta pronta de Tadej Pogacar. Quem surpreendeu e ainda conseguiu recolar foi Michal Kwiatkowski, só que a resistência do polaco somente durou 500 metros. Vingegaard continuou a colocar ritmo e foi surpreendido por Pogacar já dentro dos 3 kms finais, o esloveno foi abrindo espaço progressivamente e começou a recuperar terreno.




A motivação e a confiança virou rapidamente, Pogacar voava na estrada perante a possibilidade de recuperar terreno e festejou com uma vénia o triunfo na etapa e o ganho de 28 segundos a Jonas Vingegaard, 24 na estrada e 4 de bonificação. Tobias Johannessen mostrou ao que vem neste Tour e ainda foi 3º, entrando também ele na luta pela montanha, Ruben Guerreiro segurou o 4º posto em dia de aniversário e Jai Hindley, Carlos Rodriguez e Simon Yates foram os melhores “dos outros” chegando a 2:39. Vingegaard é o novo camisola amarela com 25 segundos sobre Pogacar e 1:34 para Jai Hindley.

 

By admin