Do novo calendário para 2020, adaptado devido à pandemia de COVID-19, saiu uma certeza: o Giro é das provas mais prejudicadas. O facto de coincidir com a maioria das principais clássicas e ainda com a Volta a Espanha retirará, caso a prova vá para a frente, competitividade à lista de participantes.
As equipas ainda estão a formular o seu planeamento, isso é certo, ainda existe tempo para reflectir. Um dos ciclistas que terá de tomar uma decisão complicada é Vincenzo Nibali. O veterano italiano, contratação da Trek-Segafredo para 2020, deu uma extensa entrevista à Gazzetta Dello Sport, onde inclusivamente coloca algumas dúvidas sobre algo que até parecia certo, a sua presença na Volta a Itália.
O programa original de Nibali incluía o Giro, a Vuelta e os Mundiais, impossível neste novo calendário e vai ter de haver escolhas. “O Giro ainda está na minha cabeça, mas ainda não está nada certo. Vou falar com a equipa e só depois decidir tudo. Estou desapontado pelo Giro coincidir com a Liege-Bastogne-Liege. Quero pensar que é apenas um esboço, no sentido que pode haver algumas modificações.
O “Tubarão de Messina” confessa ter bastantes saudades da Volta a Itália, prova que ganhou em 2013 e 2016, mas nota-se que a Liege-Bastogne-Liege, um desejo antigo tendo sido 2º em 2012, ainda está no seu pensamento. Principalmente quando pensamos que seria um 3º Monumento diferente na carreira, depois da Milano-SanRemo e do Giro di Lombardia.
É uma fase estranha para o italiano, que admite sentir saudades da adrenalina da competição, em anos anteriores estaria a competir no Giro, ou em alternativa concentrado a preparar o Tour em estágios específicos. Agora até diz que está descontraído o suficiente para cometer algum lapso ou outro numa fase em que esteve em quarentena.