Dia absolutamente decisivo nesta Vuelta, uma jornada duríssima e explosiva com 4000 metros de acumulado e que começou com a Jumbo-Visma a tentar controlar as operações num pelotão sedento por atacar. Robert Gesink fez o Aubisque todo na frente a impor um ritmo bastante elevado, que colocou Lenny Martinez em dificuldades primeiro, depois João Almeida (após uma noite mal passada e acordar com dores de garganta) ficou para trás e de uma forma totalmente inesperada Remco Evenepoel mostrou grandes debilidades.
A Soudal-Quick Step ficou toda com o seu líder, mas o belga não conseguia acompanhar o ritmo desejado. Quando o Aubisque terminou seguiam na frente Cristian Rodriguez, Andreas Kron, Michael Storer e Kenny Elissonde com 30 segundos de vantagem para um pelotão liderado pela Jumbo-Visma, João Almeida seguia a cerca de 1 minuto e Remco Evenepoel já a quase 2 minutos.
Na descida houve uma grande surpresa, a Bahrain-Victorious decidiu forçar o ritmo para descartar de vez João Almeida e Remco Evenepoel e graças a isso também provocou um corte, Tiberi e Landa levavam na roda Kuss e Vingegaard. Foi a UAE a ter de fechar o espaço já em Spandelles, mas a Bahrain não estava satisfeita, Mikel Landa meter o corpo às balas e arrancou. Só que consigo levava sempre a armada da Jumbo composta por Kuss, Roglic e Vingegaard, mais Enric Mas e Marc Soler, enquanto Juan Ayuso ia sempre a ritmo mais atrás.
A situação de corrida acalmou um pouco quando Kelderman e mais tarde Gesink se juntaram a esta frente de corrida composta por cerca de 20 elementos e voltaram a colocar o ritmo que mais convinha à Jumbo-Visma. Infelizmente João Almeida nunca conseguiu recuperar em pleno do momento menos bom que teve na etapa e teve o azar do ritmo nunca baixar na frente, a 40 kms da meta seguia a 2 minutos, enquanto Remco já levava 7 minutos.
Tudo ficou igual até ao Tourmalet, nada de especial se passou no vale e na subida final foi a Jumbo-Visma a assumir as rédeas novamente com Kelderman. Finalmente Jonas Vingegaard atacou a 8 kms da meta, Enric Mas inicialmente respondeu prontamente, mas não resistiu a uma segunda tentativa do dinamarquês, que foi ganhando segundos atrás de segundos perante uma perseguição aos repelões e aos descoordenada de Mas, Ayuso e Uijtdebroeks, com Kuss e Roglic sempre atentos.
Já dentro dos 2000 metros finais Sepp Kuss desferiu um forte ataque e distanciou os restantes, procurando de certa forma defender a liderança face ao seu colega de equipa. Vingegaard terminou com cerca de 30 segundos para Kuss e Roglic, a Jumbo-Visma ficou com o pódio completo da etapa e da geral provisória, logo a seguir chegaram Ayuso, Uijtdebroeks e Enric Mas. Kuss ainda dispõe cerca de minuto e meio sobre os seus colegas, com Ayuso a mais de 2:30. João Almeida fez uma recuperação impressionante apesar de não estar nos seus dias, descolou a mais de 90 kms da meta e mesmo assim foi 15º na etapa a cerca de 7 minutos e manteve por pouco um lugar de top 10.