A Dwars door Vlaanderen tinha uma das melhores “start lists” dos últimos anos, Wout van Aert, Mads Pedersen, Jasper Stuyven ou até Biniam Girmay procuravam não só uma vitória importante, mas também apurar a forma para Domingo, quando irá ocorrer o Tour des Flandres. Infelizmente, saiu o tiro pela culatra. Geralmente neste tipo de provas a fuga é muito importante, entrar com alguma vantagem na parte mais dura por vezes gera um bom resultado final porque os últimos quilómetros são mais acessíveis, por isso mesmo houve uma luta enorme que viria a dar fruto para alguns.
Casper Pedersen, Dries de Pooter, Mathias Norsgaard, Donavan Grondin, Dries de Bondt, Niklas Markl, Amund Grondahl Jansen, Pascal Eenkhoorn, Jonas Abrahamsen, Thomas Gachignard e Victor Vercouille formaram o forte grupo que deu muito trabalho ao pelotão que era principalmente comandado por Lidl-Trek (que aproveitou uma zona exposta de ventos laterais para fazer diferenças) e Visma. Até era a formação holandesa que comandava o reduzido grupo principal numa zona rápida e com vento de costas, em ligeira descida, quando ocorreu uma aparatosa queda que envolveu mais de 10 ciclistas. No chão e forçados ao abandono ficaram Biniam Girmay, Wout van Aert e Jasper Stuyven, entre outros, com Mads Pedersen a levantar-se e a continuar.
O foco esteve nesse acontecimento durante algum tempo, mas a corrida continuava a a Visma forçou a barra mesmo sem o seu líder, destacou-se um grupo com Matteo Jorgenson, Tiesj Benoot, Alberto Bettiol, Michael Valgren, Stefan Kung e Joshua Tarling. Este grupo foi trabalhando bem e a 40 kms da meta apanhou o remanescente da fuga (Pedersen, De Bondt, Abrahamsen, Eenkhoorn e Gachignard), tendo 1:30 para um grupo maior nessa fase. Num sector de empedrado Stefan Kung fez uma selecção ainda maior, deixou para trás Gachignard, Eenkhoorn, Pedersen e Valgren, ficando 7 na frente. A partir daí começaram os ataques mútuos, a Visma era a única equipa com 2 elementos, mas até foi Bettiol um dos primeiros a tentar e….a ficar para trás com problemas musculares.
À entrada dos 10 kms finais era visível a estratégia da Visma num grupo de 6, e que na verdade era de 5 com Joshua Tarling a ter visíveis dificuldades para acompanhar o ritmo. Foi mesmo antes do último sector de empedrado que Matteo Jorgenson ganhou um importante espaço que nunca mais viria a ser fechado também porque Tiesj Benoot perturbava a perseguição. A partir do momento em que o norte-americano saiu a vitória estava no bolso, era também o mais forte do grupo e no sprint pelo segundo posto Jonas Abrahamsen superou Stefan Kung e Tiesj Benoot.