Última etapa da segunda semana do Tour, mais um dia brutal de montanha com alta velocidade desde o início. Praticamente 40 ciclistas na frente, entre os quais Julian Alaphilippe, Alexey Lutsenko, Wout van Aert, Thibaut Pinot, Neilson Powless, Mikel Landa, Giulio Ciccone, Michael Woods, Rui Costa, Guillaume Martin e Warren Barguil. Se numa primeira fase, a fuga não ganhava muito tempo, uma grande queda no pelotão levou à mudança de figurino na corrida, a Jumbo-Visma foi muito afectada pela queda provocada por um espectador.

 




O pelotão acalmou o ritmo, a fuga foi ganhando minutos atrás de minutos, até atingir mais de 8 minutos de vantagem. A partir daí, a Jumbo-Visma voltou a endurecer a corrida, voltando a reduzir a diferença. Guillaume Martin, a mais de 16 minutos e no 12º posto era o mais bem posicionado na frente, portanto o ónus da perseguição era somente da formação holandesa. Alaphilippe e Lutsenko viriam a ser apanhados e foi Marco Haller o próximo a tentar a sua sorte no enorme grupo, ele que teve a perseguição de Rui Costa no Col de la Croix Fry. O ciclista português apanhou e ultrapassou o austríaco e seguiu isolado na frente da corrida.

No entanto os seus intentos foram perseguidos e anulados por uma Trek-Segafredo que estava a dar tudo para a campanha de Giulio Ciccone na camisola da montanha. Foi na subida seguinte que houve um grupo perigoso a destacar-se, este viria a ser o movimento decisivo, primeiro Marc Soler atacou e depois teve a companhia de Wout van Aert, Krists Neilands e Wout Poels, sendo que mais tarde Neilands viria a ser afastado devido a uma queda que envolveu a mota de abastecimento. Também Rigoberto Uran e Chris Hamilton caíram, num acidente separado.




Felizmente o letão conseguiu continuar na corrida e o trio dianteiro entrou na sequência crucial de Amerands e Saint-Gervais com vantagem suficiente para discutir o triunfo entre eles. Cedo se viu que não era dia de Marc Soler e Wout Poels aproveitou as rampas mais empinadas de Amerands para deixar Wout van Aert para trás, o belga ainda tentou regressar à companhia de holandês na fase mais plana, mas os esforços seriam em vão, Poels manteve um ritmo e conquistou desta forma a primeira vitória na carreira em Grandes Voltas, aos 35 anos e depois de várias vezes a bater na trave. Van Aert foi 2º e Mathieu Burgaudeau confirmou o excelente Tour que está a ter ao ser o melhor do grupo perseguidor e concluir a etapa no 3º lugar.

Em relação ao grupo dos favoritos, o ritmo imposto pela Jumbo-Visma foi para tentar neutralizar um pouco a explosão de Pogacar, desta vez não houve um Sepp Kuss tão superlativo, um pouco afectado pela queda sofrida anteriormente. O grupo só se desfez realmente quando Adam Yates acelerou, desta vez e numa jogada para aproximar o britânico do pódio na geral, Pogacar desacelerou e Vingegaard nem pensou passar pela frente, coube a Carlos Rodriguez perseguir mais tarde Yates, que teve alguma ajuda de Marc Soler. O derradeiro ataque de Pogacar surgiu à entrada do quilómetro final, mas desta vez teve resposta pronta e autoritária de Vingegaard, que até se colocou ao lado do esloveno no final. Contas feitas, tudo na mesma entre os “aliens”, com Adam Yates a aproveitar para se aproximar do 3º posto também devido à quebra de Jai Hindley, que cedeu cerca de minuto e meio para ele. Bilbao passou o outro Yates na geral e Guillaume Martin aproveitou a fuga para ascender a 10º por troca com Gall e Pidcock.

Rui Costa bem tentou, depois terminou em 53º a 21:27, Nelson Oliveira foi 71º e 27:55

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