A Jumbo-Visma dominou a seu belo prazer a Gent-Wevelgem, conquistando a sua terceira grande clássica da temporada. No final, Wout van Aert entregou a vitória ao seu companheiro Christophe Laporte e, se para muitos, este é visto como um gesto bonito, mostrando a lealdade e reconhecendo que mais tarde irá precisar muito do francês, grandes figuras belgas têm outra opinião.

Eddy Merckx, em declarações ao Sporza, afirmou que “a escolha de deixar um companheiro de equipa ganhar é dele, mas eu não o teria feito. O Wout é, de longe, mais forte, e vimos isso no Kemmelberg. Ele poderia fazer história ao ganhar Harelbeke, Gent-Wevelgem e Tour de Flandres.”



Também outra lenda do ciclismo belga, esta mais recente, criticou o altruísmo de Wout van Aert. Falamos de Tom Boonen que, falando ao Sporza, disse que o belga irá “arrepender-se desta decisão. Percebo, também já ajudei companheiros de equipa a ganhar, mas nunca numa situação destas.”

O antigo campeão do Mundo continuou a sua argumentação, referindo que “tu ajudas os teus companheiros a lutar pela vitória. Isto é bom para o marketing da equipa, no entanto não sei se o teria feito.” O último argumento dado foi que ambos deveriam ter sprintado pela vitória e que este gesto de Van Aert não é uma garantia de que Laporte irá trabalhar, ainda mais, para si na Flandres e em Roubaix.

A última voz crítica foi Johan Museeuw, ao canal belga VTM. “Dentro de 15 anos, o Wout irá pensar neste momento e sentir-se furioso com ele próprio. Esta vitória já passou e pode não ter dado conta do que deu.” Por fim, concordando com Merckx e Boonen, Museeuw diz que “não o teria feito e não vejo Pogacar a fazer isto.”



Como seria de esperar, na conferência de imprensa após a Gent-Wevelgem, Wout van Aert foi questionado sobre a decisão tomada, respondendo abertamente. “As pessoas em casa apenas veem a corrida mas o Christophe (Laporte) é um bom amigo. Estamos juntos na estrada há um ano, fazemos estágios juntos, e numa situação destas seria muito estranho sprintarmos um contra o outro. Para mim, é muito importante perceber que não se pode fazer tudo sozinho. Um dia como hoje talvez me dê ainda mais prazer do que vencer eu mesmo.”

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